O teste do pezinho é um o fundamental para garantir a saúde e a qualidade de vida dos recém-nascidos. Obrigatório no Brasil desde 1992, o exame é essencial para o diagnóstico precoce de doenças metabólicas, genéticas e infecciosas. A pediatra do H.FOA, Thais Ferraz, destaca que a realização do teste entre o terceiro e o quinto dia de vida é decisiva para detectar possíveis alterações antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas. “Esse diagnóstico precoce é muito importante, pois se os cuidados não forem iniciados nas primeiras semanas as consequências são graves. Vale ressaltar que após o surgimento da doença, os tratamentos são mais complexos e menos eficazes.”, explica.
A triagem neonatal ou por um marco importante em 2021, com a publicação da Lei nº 14.154, que ampliou o número de doenças rastreadas de seis para até 60. Para a pediatra, essa mudança representa um avanço significativo no cuidado neonatal: “Cada doença adicionada a triagem representa a chance de um diagnóstico em tempo oportuno evitando o aparecimento de sequelas graves, melhorando a qualidade de vida da criança e seus familiares.” Apesar dos avanços, Thais alerta para os desafios enfrentados por famílias em regiões remotas ou em situação de vulnerabilidade. Segundo ela, a dificuldade de o a postos de saúde ainda impede que muitos bebês realizem o teste no prazo ideal. “Infelizmente, há locais em que a violência ou a distância dificultam que os pais levem seus filhos para o exame. Isso precisa ser enfrentado com políticas públicas eficazes.”
Por se tratar de um exame de rastreio, o teste pode apresentar resultados falso-positivos, o que exige uma segunda coleta para confirmação. “Esse retorno pode gerar ansiedade nas famílias, mas é importante entender que o teste é bastante sensível, o que garante maior segurança no diagnóstico final”, esclarece a médica. Quando uma alteração é confirmada, o acompanhamento é realizado em centros especializados, com o envolvimento de uma equipe multiprofissional. Thais reforça que o e psicológico aos pais é fundamental nesse momento, pois lidar com um diagnóstico complexo na infância exige acolhimento, orientação e empatia.
A pediatra também chama atenção para a importância da conscientização. “Muitos pais ainda deixam de fazer o teste por falta de informação. Às vezes, acreditam que, por o bebê parecer saudável, não há necessidade. Mas o teste do pezinho vê além do que os olhos enxergam”, afirma. Ela defende que os profissionais de saúde atuem ativamente para educar e orientar os responsáveis, reforçando o valor desse exame simples, gratuito e essencial. Confira abaixo a entrevista na íntegra.